Thursday, October 18, 2007

Interviews, interviews...

Com um tópico destes, seria de pensar que eu estaria a falar de emprego ou algo do género, mas não!

A parte mais fenomenal acerca da busca incessante que tive por uma casa/quarto. Inicialmente quando cheguei à Irlanda nem pensei que fosse necessário andar a anotar muitos números de telefone, devido ao excesso de locais existentes no principal site de arrendamento irlandês (daft.ie), pois estava enganado.

Demorei precisamente 2 semanas a arranjar um local para viver, isto tudo devido às entrevistas dos inquilinos (daqui pra frente referidos como nativos) existentes.

Típica procura de casa (pela primeira vez):

  1. Arranjar um sítio no Daft que seja fixe.
  2. Telefonar e fazer as perguntas do costume (é fixe? chove dentro de casa? alguém cheira mal dos pés?)
  3. Combinar um dia e hora para efectuar uma visita
Chegado o dia, chega-se à casa, vê-se tudo com extenso pormenor e descobre-se que a maioria das casas na Irlanda está a cair de podre e tem carpete no chão (não muito higiénico). É-se entrevistado de todas as maneiras possíveis!

Típica entrevista:

Nativo: Bom dia, tudo bem?
Antero: Sim, tudo impecável. A casa é fixe! (um pouco a cair mas pronto, não é preciso ser mauzinho)
Nativo: Sim, sim, obrigado. Então o que fazes? Trabalhas? Estudas?
Antero: Trabalho sim, numa empresa grande em East Point (local todo XPTO onde estão as maiores empresas, diz-se na tentativa de mostrar que se tem um emprego estável e se paga a renda).
Nativo: Aqui não se pode fazer muito barulho, nós gostamos de trabalhadores e calminhos.
Antero: Pois, eu sou muito calminho, limpo, asseado, até já sei usar a sanita! Limpo tudo, o que faço e não faço! (Outra tentativa de agradar o comum dos animais).
Nativo: Pois, pois... Mete o teu nome aí nessa folha e depois dizemos-te alguma coisa.

Neste momento, ficamos a pensar... DIZEM-ME O QUE? ENTAO PRA QUE É QUE FOI ESTA CONVERSA DE XAXA TODA??? FODA-SEEEEEEEEE!!!!! PUTA QUE PARIU!!!!

Antero: Ok... pronto... depois digam algo (e assinamos)

Dado que este experiência não correu bem, pois não fomos escolhidos e a casa até estava a cair de podre, voltamos ao mesmo.
Depois de umas 10 ou 20 entrevistas a passear (a pé a cidade toda!!!), temos que baixar os padrões e já queremos QUALQUER SITIO/LOCAL/BARRACO/QUALQUER M**DA!!!

Última procura (a que me deu casinha):

  1. Arranjar um sítio qualquer na m**da do site irlandês que de início parecia fixe, mas já estamos é fartos de o estar sempre a ver.
  2. Ligar e perguntar: Ainda tá disponível?
  3. Adiar 3 vezes a ida à casa, porque já estamos fartos das m**das das listas e estamos a precisar é de férias das procuras (...).
  4. Ligar novamente a perguntar se ainda tá disponível.
Conversa telefónica para marcar a hora:

Nativo: Pode vir agora se quiser.
Antero: Mas ainda não escolheram ninguém? (já fartos de andar pa trás e pra frente até rezamos que digam que já têm alguém)
Nativo: Não ainda não.
Antero: Mas de certeza? É que estar a deslocar-me praí pra ver a casa e já terem alguém fisgado não me dava muito jeito (...).
Nativo: Não, não, vale a pena vir cá.
Antero: Ok.... pronto... convenceste-me.... vou aí ver a casa.

Entrevista real:

Depois de se ver a casa toda...

Antero: Pá a casa é fixe, sinceramente já estou farto de ver as m**das das casas e quero é arranjar um local. Entrevistas, ver, não ver, estou a precisar é de férias. Têm o meu número não têm? Ok, xau aí.

E passado umas 3 horas ligam a dizer que podia ficar. Weeeeeeeeeeeeeeeee!

Isto é para ficarem com uma ideia do tormento que é a procura de casa e apartamento na Irlanda, com a quantidade de estrangeiros a entrar no país torna-se quase impossível arranjar um local disponível e básicamente os nativos fazem o que querem de nós, dando-se à liberdade de escolher!!! Escolher que fica dos 15 que visitaram!!! OMFG!

Wednesday, October 3, 2007

So far so good!

Ora bem, cá vai mais um relato da vida de um emigrante...

Chegado à Irlanda, nada mais nada menos do que no maior dia desportivo do ano, nada de hoteis, hostels, cabanas, casotas pra cão, NADA! Não há nada, nem os números de quartos para alugar que arranjei me safavam... Até que um dos números me ofereceu um lugar, no sofá, lol... Durante 2 semanas a dormir numa casa com 3 brasileiros e 1 americano de descendência italiana vindo de NY (que de americano não tem nada, porque cozinha e pensa que futebol é o maior desporto do mundo).

Por muito bom que fosse o estaminé não era casa e após muitas entrevistas (irei explicar num futuro breve) arranjei uma casa onde ficar. Internet, tvcabo, aquecimento, todas as maquinas e mais algumas, estou em "casa"...

Não me extendo com muitos pormenores e guardo isso para outros posts.

Need some backup up!

Thursday, September 13, 2007

E tudo começou...

Ora bem... Farto de sol e comida boa, assim como de ter amigos (mas não namorada, não se pode dizer namorada e farto na mesma frase senão fica maleiro), decidi mandar uns CVs pra umas empresas fora do Portugal. Infelizmente estas empresas não se dedicam a fazer bolos senão é que era bom...

Agora a sério (ou não), em vias de acabar o curso de mestrado em engenharia informática, pensei, porque não estagiar lá fora no estranja cos kamones todos?!?! A ideia inicial era a de ir só em Janeiro para ir em concordâcia com o meu curso, mas surgiu a oportunidade de ir 1 ano pra SUN e pareceu bom demais pra não se aproveitar.

E então lá começou tudo, as fases de entrevistas... Uma a seguir à outra... Sempre a dar-lhe... Até foi mais ou menos interessante, porque eu estava de férias a fazer um interrail quando me contactam em Florença a perguntar se eu estaria interessado em ser entrevistado para a SUN. Eu respondi que sim mas que me daria mais jeito dois dias depois. Estava eu a ir para a Croácia de autocarro e respondi a uma entrevista de 45 minutos (!!) acerca de tudo e mais alguma coisa que compunha o meu curriculo. Ao que parece tudo correu dentro da conformidade e marcamos um teste escrito de C e Java para uns dias depois, pois era necessário eu arranjar um internet caffe com fax. Já na Eslovénia, mais propriamente em Ljubljana e vieram as complicações. De férias à uns tempos sem me lembrar muito de Java e C e tinha agora um teste para uma das maiores empresas a nível mundial da área da informática, pelos vistos também não me safei muito mal e passado uma semana (agora em Budapeste) e ligaram-me para mais uma entrevista a ser feita no dia seguinte. Chegado a Praga recebo a chamada e 20 minutos depois dizem-me que nos próximos 2 dias me comunicariam a decisão final.

Passados todos estes testes sou contemplado com a oportunidade de ir 1 ano inteiro para o desconhecido, até aqui tudo bem. Depois é que se começa a fazer contas ao que se deixa pra trás. As francesinhas... As maratonas... As comidinhas da mãezinha... O carrinho... Os amigos... E of course (vem por último para se lembrarem mais) a namorada*.

Como se costuma dizer na língua do estrangeiro mais falada, wish me luck!